Conheça a sobremesa tradicional do sul do país, mas que é apreciada Brasil afora.
O sagu como conhecemos, sobremesa roxinha e suculenta, é tradição das famílias do sul do país. Especialmente das famílias italianas, que transmitem de geração para geração o costume de preparar o sagu sozinho ou acompanhado, o que é mais comum. Mas, a receita simples e cheia de sabor, tem raízes que se espalham por outros cantos do Brasil. Para descobrir segredos das nonas para que a sobremesa não fique empapada ou aguada e entender de onde vêm as bolinhas brancas, fique com a gente até o final. Veja a seguir deliciosas receitas. Logo depois, descubra de onde vem o sagu e como foi que ele se tornou uma unanimidade nos pampas.
Como fazer sagu – As melhores receitas
Com o passar do tempo, cada família foi criando seu próprio ritual de preparo do sagu. Por isso, as receitas a seguir são algumas das mais tradicionais, que incluem segredos testados e aprovados para você preparar um sagu delicioso.
Sagu e creme inglês
Ingredientes
02 ½ xícaras (chá) de água
½ xícara (chá) de sagu
01 ½ xícara (chá) de vinho tinto (meia garrafa)
½ xícara (chá) de açúcar
02 cravos
01 pauzinho de canela
Modo de preparo
Primeiro, coloque os grãos de sagu de molho por 01 hora em 01 xícara de água. Enquanto isso, você prepara o creme inglês (receita logo a seguir).
Dica 01: Faltando 15 minutos para completar esse tempo, prepare a calda de vinho. Assim o sagu não passa do ponto no molho.
Para isso, adicione o restante da água, cravo, canela, açúcar e o vinho, mexendo bem até todo o açúcar dissolver.
Assim que essa calda ferver no fogo alto, acrescente o sagu e a água do molho, abaixe a chama e cozinhe por 30 minutos, mexendo de tempos em tempo para não grudar no fundo. E aqui temos o pulo do gato.
Dica 02: Após 30 minutos de cozimento, você vai notar que os grãos não estão totalmente translúcidos. Eles lembram sementinhas de romã, com o meio opaco e as superfície bem clarinha. Nesse ponto, você pode desligar, retirar os cravos e a canela, passar o doce para uma tigela e deixar que o preparo esfrie fora da geladeira. Assim, o cozimento continua e os grãos de sagu vão atingir o ponto correto, sem ficarem cozidos e moles demais. O ideal é que o sagu fique macio, mas tenham uma certa resistência à mordida.
CREME INGLÊS
Os grãos precisam demolhar. Enquanto isso, você prepara o acompanhamento ideal para a sobremesa.
Ingredientes
04 gemas
01 xícara (chá) de leite
01 xícara (chá) de creme de leite
⅔ de xícara (chá) de açúcar
½ fava de baunilha fresca, extrato ou essência
Modo de preparo
Comece separando as gemas e acrescente o açúcar, batendo até ficar parecido com uma gemada clarinha. Em seguida, misture o leite, o creme de leite, o açúcar e baunilha numa panela, levando ao fogo baixo e mexendo para não formar nata. A ideia é aquecer e não ferver. Então, assim que surgirem as primeiras bolhinhas ou a mistura começar a soltar fumaça, desligue o fogo.
Agora, você deve temperar as gemas. Para isso, coloque uma concha do leite quente dentro das gemas, mexendo bastante para que elas não talhem. Repita esse processo por mais duas vezes. Nesse ponto, elas já devem estar quentes o suficiente para não cozinharem quando você juntar caldo e gemas batidas.
Então, volte para o fogo baixo, mexendo sempre até que o creme engrosse, o que costuma levar cerca de 05 a 07 minutos. Depois disso, coloque o creme em uma tigela e cubra com plástico filme para que não forme aquela película de leite, deixando gelar por cerca de 02 horas.
Tudo pronto? Sirva o sagu e o creme na mesma tacinha de sobremesa. Note que o doce é quebrado pelo creme inglês e que a textura fica bem equilibrada. Mas, como dito, existem outras formas de se preparar a sobremesa. Confira!
Sagu e creme de leite condensado – receita de sagu com vinho tinto suave
Ingredientes sagu
01 xícara de sagu
01 1/5 L de água
1/2 xícara de açúcar
01 colher de sopa rasa de cravo
03 pauzinhos de canela
02 xícaras de vinho tinto suave (400ml)
Ingredientes creme
02 caixinhas de creme de leite
01 lata de leite condensado
02 colheres sopa de amido de milho
02 xícaras de leite (400 ml)
Modo de preparo
Dessa vez, a receita é um pouquinho diferente e os grãos não vão para o molho na água. Em vez disso, coloque toda a água, a canela e o cravo para ferver em uma panela grande. Assim que levantar fervura, adicione o sagu seco e mexa sem parar até que o caldo engrosse. Nesse ponto, os grãos estarão transparentes nas bordas e branquinhos no meio, hora de acrescentar os outros ingredientes.
Dica: Se você deixar que os grãos cozinhem totalmente, eles vão passar do ponto e ficar moles e grudados. Por isso, atente para esse detalhe.
Então, comece pelo açúcar e depois junte o vinho, mexendo sempre. Assim que esse caldo roxinho engrossar, confira se os grãos ainda estão com o meio esbranquiçado (devem estar) e desligue o fogo. Transfira para uma tigela, cubra com filme plástico e deixe esfriar.
Enquanto isso, com o fogo desligado, dilua o amido de milho em duas xícaras de leite. Em seguida, acrescente o leite condensado. Ligue a chama e vá mexendo em fogo médio, até que comece a engrossar. Nesse momento, desligue o fogo e acrescente o creme de leite. Transfira também para uma tigela, cubra com plástico filme bem encostadinho no creme, para não formar nata e leve para gelar. Pronto! Hora de provar a sua sobremesa com vinho.
Mas, você talvez esteja se perguntando qual vinho fica melhor no preparo do doce. Veja a resposta a seguir. Logo depois, entenda de onde vem o sagu.
Sagu – Qual o melhor vinho para o preparo
Na verdade, não existe um vinho especial ou um vinho que não deva ser usado para preparar sagu. Fato é que, sendo tinto, qualquer vinho serve bem. No entanto, é importante prestar atenção na quantidade de açúcar. Se você usar um vinho seco, por exemplo, coloque 01 xícara de açúcar no cozimento dos grãos. Por outro lado, se o seu vinho for suave, siga a receita e diminua para ½ xícara. Pode ser um vinho baratinho? Claro! Afinal, nem sempre preço baixo é sinônimo de baixa qualidade. Já falamos sobre isso aqui no blog e você pode conferir clicando aqui. Mesmo assim, seu sagu vai ficar delicioso e bem colorido. Mas, afinal, de onde vem o sagu?
De onde vem o sagu?
Você sabia? O sagu é a fécula da mandioca moldado em bolinhas. O produto foi desenvolvido para substituir a fécula de batata que não era fácil de trazer da Europa durante a Guerra.
Desde sempre, é de conhecimento geral que a mandioca é a base da alimentação das muitas etnias indígenas do Brasil. Até hoje, de norte a sul do país, muitas comunidades se reúnem para transformar a raiz em farinha, beiju, tucupi etc. Mas, e o que isso tem a ver com o sagu?
De fato, o sagu é nada mais nada menos que fécula de mandioca. Ou seja, as bolinhas que absorvem todo o sabor durante o cozimento, são feitas a partir de uma fina farinha de mandioca. A diferença entre elas e a farinha de tapioca está em seu formato, mas sua composição é a mesma. Mas, com foi que a mandioca foi parar dentro do vinho na mesa das famílias gaúchas? Boa pergunta e ela merece uma boa resposta. Então, confira logo abaixo.
Como o sagu virou sobremesa gaúcha?
Tudo começou na década de 1940, com as restrições impostas pela Primeira Guerra Mundial. Quando a fécula de batata, vinda da Europa, precisava de um produto que a substituísse. Nesse momento, entra em cena a empresa alimentícia Lorenz, a primeira indústria de fécula de mandioca da América Latina, de acordo com seu site oficial. Aliás, foi na empresa que os irmãos Lorenz desenvolveram o processo para transformar o material na famosa forma de bolinhas.
A partir de então, o sagu começou a cair no gosto dos catarinenses. Em seguida, outras empresas no ramo de alimentação passaram a distribuir o alimento para outras partes da região sul, já na década de 1950. No entanto, uma grande paixão dos muitos imigrantes europeus e seus descendentes é o vinho. E foi só uma questão de tempo até que alguém muito criativo unisse o útil ao agradável, criando a sobremesa que hoje conhecemos como sagu. No entanto, será que além de gostoso o sagu traz algum benefício à saúde? Descubra agora.
Quais os benefícios do sagu para a saúde
Para começar, o sagu não possui glúten, o que adianta a vida de quem é alérgico ou celíaco. No entanto, o ingrediente é rico em carboidratos, então é bom dar atenção à quantidade consumida para não exagerar. Mesmo assim, é uma excelente fonte de energia, minerais, cálcio e ferro. Além disso, pode ser servido como sobremesa ou como um lanche prático. Para isso, você pode usar frutas e mel.
Gostou?
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⇒ Vinho doce brasileiro, e então usar meia xícara de açúcar para preparar o sagu:
o Aurora Colheita Tardia Tinto Suave
Gosto doce, encorpado, persistente, um vinho com muito equilíbrio entre álcool, acidez e doçura; Produtor: Aurora; Teor alcoólico: 12%; Uvas: Cabernet Sauvignon e Alicante Bouschet (vinho blend); Nariz: Aroma com tipicidade pronunciada, notas de cacau, menta, uvas passas, frutas vermelhas como mirtilo e jabuticaba; Harmonização: Sobremesas como torta de chocolate, como cheesecake de frutas vermelhas, mil folhas e crème Brúlèe. Muito bom também com castanhas e frutas secas
⇒ Vinho seco argentino, e então usar uma xícara de açúcar para preparar o sagu:
o Baudron Malbec 2022
Agradável e fácil de beber, com corpo médio e taninos macios; Produtor: Bodegas Baudron; Teor alcoólico: 13,5%; Uva: Malbec (vinho varietal); Nariz: Complexo e frutado, com notas de frutas vermelhas; Harmonização: Carnes vermelhas assadas ou grelhadas, polpetone recheado, bife de chorizo
⇒ Vinho doce chileno, e então usar meia xícara de açúcar para preparar o sagu:
o Concha Y Toro Reservado Sweet Red
Equilibrado, fresco, doce, final persistente; Produtor: Concha Y Toro; Teor alcoólico: 9,5%; Uvas: Várias uvas (vinho varietal); Nariz: Frutas como amora, cereja e ameixa e notas florais; Harmonização: Carnes vermelhas, massas ao molho sugo e sobremesas, principalmente de frutas
⇒ Vinho doce brasileiro, e então usar meia xícara de açúcar para preparar o sagu:
o Pérgola Vinho de Mesa Tinto Suave
Paladar equilibrado, doce e harmonizado; Produtor: Vinícola Campestre; Teor alcoólico: 10,2%; Uvas: Várias uvas (vinho blend); Nariz: Aromas de frutas vermelhas e frescos; Harmonização: Pratos leves, massas pouco condimentadas, frangos, peixes e sobremesas cítricas
⇒ Vinho seco chileno, e então usar uma xícara de açúcar para preparar o sagu:
o Santa Helena Reservado Cabernet Sauvignon
Leve, frutado, boa estrutura e macio; Produtor: Santa Helena; Teor alcoólico: 13%; Uva: Cabernet Sauvignon (vinho varietal); Nariz: Aromas de frutas vermelhas e toques herbáceos; Harmonização: Carnes vermelhas grelhadas, risotos e pizzas
⇒ Vinho doce português, e então usar meia xícara de açúcar para preparar o sagu:
o Olaria Suave Alentejo 2017
Levemente adocicado, devido ao açúcar residual da fruta, e com taninos macios; Produtor: Carmim; Teor alcoólico: 13%; Uvas: Aragonez, Castelão e Trincadeira (vinho blend); Nariz: Frutas vermelhas e especiarias; Harmonização: Massas leves
⇒ Vinho doce chileno, e então usar meia xícara de açúcar para preparar o sagu:
o Bodega Vieja Tinto Suave
Suave, levemente adocicado e fácil de beber; Produtor: Bodega Vieja; Teor alcoólico: 11%; Uvas: Cabernet Sauvignon, Carménère, Merlot e Syrah (vinho blend); Nariz: Aromas que lembram frutas vermelhas maduras, com notas de caramelo e geleia de pêssego; Harmonização: Massas com molho intenso, carnes vermelhas e queijos, principalmente azuis
⇒ Vinho seco argentino, e então usar uma xícara de açúcar para preparar o sagu:
o Las Perdices Malbec 2019
Bom corpo, taninos macios, frutado, acidez agradável; Produtor: Viña Las Perdices; Teor alcoólico: 14%; Uva: Malbec (vinho varietal); Nariz: Frutas vermelhas, leve toque amadeirado; Harmonização: Ideal para acompanhar carnes vermelhas ou brancas com molhos de especiarias, massas ou peixes