Aligot, a receita definitiva e os melhores vinhos para harmonizar

Introdução

Hoje, vamos apresentar o aligot, uma especialidade da gastronomia de Aumont-Aubrac, na França. Aligot aparece muito na culinária acompanhando cortes finos de carne de boi, cordeiro, ou mesmo embutidos como linguiça.

Aligot surge da expressão aliqu’ot, que veio do latim liquod, uma expressão que significa: alguma coisa.

Trata-se de um purê de batatas mesclado com nata e nata de queijo. Normalmente, o queijo Tomme, e suas 14 variações, o Emmentaler, Gruyère ou o tipo suíço.

Hoje vamos lhe dar a receita final para fazer aquele aligot bastante especial e, como sempre, apresentar uma lista de vinhos para se deliciar com seu aligot.

A receita final para o Aligot

Aligot, a receita definitiva e os melhores vinhos para harmonizar 2

Ingredientes

1,2 kg de batatas (aqui pode haver uma variação com a nossa tradicional mandioquinha)

75 g de manteiga

1 dente de alho

600 g de queijo em lâminas (ementhal, gruyère ou tipo suíço)

4 colheres de sopa de creme de leite fresco

Sal a gosto

Modo de preparo

Cozinhe as batatas e amasse-as ainda quentes. Leve o purê a uma panela de fundo espesso e leve ao fogo bem. Mexa com uma colher de pau e acrescente aos poucos a manteiga. Retire a panela do fogo e adicione um dente de alho amassado. Finalmente, incorpore o queijo em lâminas finas e o sal.

Esta operação deve ser feita em banho-maria, ou voltando a panela de tempos em tempos em fogo baixo, para o calor não ficar muito forte, sempre trabalhando com a colher e levantando a colher para “esticar” o queijo. Quando levantado, o queijo deve formar filamentos longos.

Uma vez incorporado o queijo, adicione o creme de leite fresco e continue trabalhando com o mesmo movimento, mexendo bem e levantando a colher durante 10 a 15 minutos. Sirva bem quente.

Harmonização com vinhos

Para um aligot de mandioquinha com mix de cogumelos na manteiga, uma dica vinda da Austrália, o preciosíssimo John Duval Eligo Shiraz 2016. Um vinho encorpado, elegante, redondo, bem estruturado, frutas negras com nuances terrosas e defumadas, taninos presentes. Com amadurecimento de 20 meses em carvalho francês, sendo 50% em barricas novas de 300 litros e o restante em barricas de 2 e 3 anos, esta joia rara irá trazer um prazer impar a sua degustação.

O Vinho tinto italiano – Beni di Batasiolo DOCG Barbaresco 2019, vinho de corpo médio para encorpado, estruturado, potente, equilibrado, frutado e com notas de especiarias, taninos presentes e maduros, acidez alta que lhe confere bom frescor, final longo, complexo e agradável. Ideal para pratos estruturados, como o carré de cordeiro com aligot.

O medalhão de filé mignon ao molho madeira acompanhado por aligot de mandioquinha, pede um vinho de corpo médio para encorpado, volumoso, bem estruturado, frutado com toques de especiarias, taninos presentes e macios, acidez média. Escolhemos um com 12 meses em barricas de primeiro e segundo uso: Vinho tinto francês – Famille J-M Cazes AOC Pauillac 2017.

Uma boa opção para um medalhão de filé mignon com aligot de mandioquinha, sem dúvida, é o vinho tinto francês – Generation 1905 Vin de France Syrah 2020, um vinho flexível e generoso, com taninos macios e acabamento fresco e longo. Este vinho amadurece em tanques de concreto entre 6 a 8 meses.

Se optar por um prato com estrutura mais leve, como aligot de mandioquinha com mix de cogumelos na manteiga de ervas, uma delícia! Neste caso, vou sugerir um Pinot Noir. Um vinho

Jovem, de corpo de leve para médio, frutado, elegante, taninos delicados, acidez média para alta, agradável frescor: o vinho tinto francês – Ropiteau Frères Les Plants Nobles Pinot Noir 2020. Amadurecido em tanques de aço inox, o vinho tinto português – Pêra Doce Regional Alentejano 2020, por ser um vinho jovem, de médio corpo, frutado, taninos marcantes, acidez agradável; também vai bem com o aligot de mandioquinha e ervas finas.

Conclusão

Bem, o aligot é um prato fino para pessoas finas. Seus vinhos de acompanhamento são tão especiais quanto as pessoas que consomem este raro prazer. Não perca tempo, dê um toque de fineza a sua vida com o Center Gourmet.

E veja abaixo mais opções de harmonização aligot-vinho:

⇒ O tinto blend italiano

Ganuo IGT Puglia 2020:

Bom corpo, com taninos macios, acabamento frutado confirmando os aromas, e persistente; Produtor: Cantina Tombacco; Teor alcoólico: 16%; Uvas: Primitivo e Negroamaro (vinho varietal); Nariz: Aromas de cereja e amora, notas picantes, além de alecrim, chocolate e baunilha; Harmonização: Costelinha suína ao molho barbecue, ossobuco ao vinho tinto, cogumelo eryngui refogado na manteiga de ervas com aligot de mandioquinha

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⇒ O tinto Graciano espanhol

Insolente DOCa Rioja Graciano 2021:

Vinho jovem, encorpado, frutado, bem equilibrado, taninos presentes e bem integrados, acidez vibrante, final longo e complexo; Produtor: Bodegas D. Mateos; Teor alcoólico: 14,5%; Uva: Graciano (vinho varietal); Nariz: Frutas pretas maduras como amora e cereja, com notas de especiarias, balsâmico, mineral e tostado; Harmonização: Brisket defumado, legumes grelhados acompanhados de aligot de mandioquinha, costela suína ao molho barbecue

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Guilherme Dias

Guilherme Dias, formado em Geografia pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) em 2009, é uma figura fascinante e multifacetada no mundo dos vinhos e da culinária gourmet. Como fundador do site Center Gourmet, ele tem demonstrado não apenas um profundo conhecimento e paixão pelo mundo dos vinhos, mas também um compromisso em compartilhar esse amor com um público mais amplo. Sua formação em Geografia, embora à primeira vista possa parecer distante do universo dos vinhos, na verdade, oferece uma perspectiva única para o conteúdo do Center Gourmet. Geografia é a ciência que estuda a terra e suas características, incluindo a relação entre humanos e seu ambiente. Isso se correlaciona fortemente com o mundo dos vinhos, onde o conceito de "terroir" – a interação complexa entre o solo, clima, topografia e outras características ambientais – desempenha um papel crucial na produção de vinhos distintos e de alta qualidade. Guilherme utiliza essa compreensão íntima da geografia para enriquecer o conteúdo do Center Gourmet. Ele não só aborda aspectos técnicos e sensoriais dos vinhos, mas também explora as histórias e geografias por trás de cada garrafa. Esta abordagem oferece aos leitores uma visão holística do vinho, não apenas como uma bebida, mas como uma expressão cultural e geográfica. Além disso, seu site reflete uma profunda apreciação pela arte da harmonização de vinhos com alimentos, uma habilidade que requer não apenas um paladar refinado, mas também um conhecimento sobre culturas e tradições culinárias de diferentes regiões. O Center Gourmet, sob a liderança de Guilherme, tornou-se um recurso valioso para aqueles que buscam não apenas entender o vinho, mas também como ele se encaixa no contexto mais amplo da gastronomia. Em resumo, Guilherme Dias é um exemplo notável de como a paixão e a educação podem se unir para criar uma plataforma rica e educativa, que não só vende vinhos, mas também educa e inspira uma apreciação mais profunda pela bebida e sua cultura.